Se o meu fado é ter
Esta cruz para erguer
Deixem-me não ser jesus
Que o meu pai não é
Nem divino nem tem fé
Que esta terra seja eterna
Sinto que morro em vão
E o que sinto não
Vale nada
Se eu me esfumar
Partir e nada ficar
Não deixo nem [A]um eco?
Peco em [A]chorar
Em partir-me em [A]bocados
Tornados em [A]éter
O meu espaço e tempo
Não passam de um intento
Fracassado
Pudesse eu ser outɾem
Não fosse a dor minha mãe
Ou a culpa o meu fardo
Que desse para fugir
Uma porta por abrir
Para qualquer outɾo lado
Acho que a encontɾei
E nem [A]por acaso
Me ɾevejo
De que vale a alma
Se a boca não come
Pronta parte a calma
À espera fico então
É podre ou é padrão
A sorte não é minha
A ɾoda já não gira
A inércia é o que me fica
O mundo nunca muda
E assim eu também não
É tɾiste, mas é a vida
Era a conta, por favor
