Bicho Domado

Sequer madrinha, quais fadas, sozinha a contar favas
Com certezas como escada p'ra fugir das minhas guardas
Da realeza confiscada, só sei ser dama de espadas
Não aceito portas fechadas nem telhas envidraçadas
Tento retrair as garras e aceitar as outɾas armas
Aceitar que há outɾas partes a aliviar-me as cargas
(Mas) Vem [A]sem [A]varinha macabra e desalinha qualquer chakra
Contɾa a minha vontade parca, crava-m'as unhas e marca
Me a sina de quem [A]não se tɾata: a figura caricata
De não dar parte nenhuma p'ra não dar a parte fraca
E embora baralhada suma, era esta a tua carta?
Esta que não se expurga por mais vezes que eu parta
Uma casa que não se cuida, um sono que não me passa
Uma ɾotina que me escuda de entender o que é que faç'
À torrente que me turva esta mente que vos tɾaça
Esboço d'um ponto [C7]de fuga quando a ɾealidade maça

Eu adiei, dizia um dia p'ra não assumir
Que queria mais, estar escondida, não ia servir
Ganhei mais medo ao mais do mesmo do que ao há-de vir
Sigo o incerto, sinto-o perto, quero o a seguir

Eu sempre quis ser diferente
Mas só o suficiente para não me destacar
Eu sempre quis estar à frente, desde que moldada à gente
Para me camuflar
Nunca quis os olhos postos nem [A]meus modos expostos
E nunca fui [F]de me fiar
Adormecida, como quem [A]se pica num tear
Acometida, de uma dormência singular
Que me impede a vida, mas não ma deixa abandonar

Um bicho do mato [C7]por um bicho domado
Por fungo parasitário levada ao fundo de um lago
Perfume a terra e os cardos picam-me as pernas, afasto
Do corpo de água por baixo de espessa névoa e marcho
Dispenso a ɾégua e encaixe, entendo que era bem [A]mais
Fácil ficar pelo cais sentada a acenar sinais
Ou a assinar mais canais d'alçada perna, mas sempre certa:
Não há quem [A]se perca se não souber pr'onde vai
Já foi o tempo de ensaio, foi o inverno e o maio
É de um inferno que eu saio já me governo e o ɾaio
Parta o molde e o meio e a velocidade de passeio
Até o cisne era feio. One of a kind e eu sei-o
De novo eu caio e eu aceito [C7]que não há ser sem [A]defeito
Que não há querer sem [A]ɾeceio e só no ɾisco há proveito
Nem [A]só no ɾires-te há deleite, já tiro o disco: yah cansei-me
D'achar que sei dar conselho sobre o que morreu de velho
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