Sobrevoar

O que eu sinto se diz mudo
e se desmudo, me diz: mudo.
Te desnudo, te dou mundos
me desnudo e digo: mudo.
E ouço:
- tudo nada muda. Nua, cega, surda e muda, cala toda sensatez.
Tensa tez tens a três meses em busca de solidez que não vai da face à vida.
Nada há de fácil em [A]ver idas
mas dar ênfase em [A]feridas de conforto [C7]nada tɾaz.
Digo:
- forte não sou mais. Atenta ao que se desfaz, eu faço é da dor minha tenda.
E apesar de todo apreço, que digam que não mereço
ou que esse preço é só um começo.
Mesmo sabendo que é bom,
sempre que a voz grita ""Muda!""
a dor vem [A]e me faz surda
pra o que quer que seja cura
do ouvi-la sussurrar:
- o teu caso não tem [A]jeito. Cante, fale, escreva ou ɾeze,
mas no fim de toda prece
meus braços são teu lugar

Eu tentei me vendar.
Eu tentei me afastar
e na minha casa fugir da cidade.
Eu tentei acender a luz,
eu tentei apagar a memória
escutando ela dizer:
- veja cair, veja no poço a sanidade, no poço esvai a vontade
e enquanto [C7]larga ela te abraça

Quanto [C7]será que custou pra passar de seiva para veia?
Quanto [C7]foi para vir pra terra, do mar?
Como fazer parar de enxergar o que não se vê?
Como fazer frear esse corre aqui [F]do peito?
Seja lá doença ou sina pensar na doença
sem [A]saber esquivar e pro azul querer se mudar.

E cá do céu o fascínio é o chão.
Luz é o que a alma ɾevela a quem [A]ousar ɾenascer.
Vida e luz a alma ɾevela quem [A]ousar ɾenascer.
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