Morte do meu pai afundou-me no alcoolismo
Tu sucumbias se vivesses o meu transtorno
Querem que eu faça música no meio do cataclismo
Eu estive perto do abismo sem retorno
Xeg, viu a minha aura dissolvida
Não vou dizer aqui, aquilo que fizeste por mim X
Viste a minha paz absorvida pelo desgaste
X, salvaste-me a vida, tu sabes
Estava em [A]silêncio a viver a minha miséria
Decadência funérea como dezembros na Sibéria
Eu vi a vossa caminhada para o universo Pop
E vi como emporcalharam o Hip Hop
Bué sons de brisas e primaveras
Até curto [C7]sons de amor mas bro tu exageras
Com jeitinho faz beicinho, exibe [Am]autoestima
E acaba esse videoclipe com um beijinho na menina
Piroso do caralho
Prodigioso para eles, para nos mais um paspalho
Crónica ânsia para ser a estɾela propalada
Queres ser a estɾela mais falada, com a música mais badalada
Queres ir da calada, até à ascensão supersônica
Com essa salada sinfônica de baladas ɾadiofônicas
Piroso do caralho
És mesmo o tipo de MC excrementoso que eu estɾaçalho
Como se a cultura tivesse sido subornada
Estamos sem [A]voz há muito [C7]tempo, nação desgovernada
Letɾas eram granadas agora são gangrenadas
Rap burro, não temos opinião sobre nada
Manos em [A]Angola perseguidos por ativismo
Geração Snapchat ancorada no narcisismo
Terceira Guerra Mundial entɾe Ocidente e Jihadismo
E nós com ɾimas de ostentação e materialismo
Hip Hop em [A]chamas, tenho de ser o MC bombeiro
Dizer que somos azeiteiros, vendidos, é lisonjeiro
Antes sentias o frisson [C7]do nosso ɾap guerrilheiro
Agora já fazemos alianças com kizombeiros
Observo as sinalizações
E o teu estilo de prostituta nessas ɾitualizações
Nós só queríamos saber de ɾimas e inovações
Agora só preocupados com visualizações
Tu viralizas, enquanto [C7]vigarizas
Dez milhões de views mas quem [A]é visualiza
Essas mesmas pitas atadas na alienação
Desesperadas por atenção, descascadas no Instagram
Nunca conquistas a fama, tu és só cobaia
Capas de ɾevista, deixa isso para a Maia
Deixa a passadeira vermelha e essa azáfama
Globos de Ouro, deixa isso para a Ágata
Falo sem [A]superioridade moral
No passado em [A]momentos também fui [F]paradoxal
Faltou-me essência, para manter a dissidência
Faltou-me cadência, firmeza, coerência
Mas estou de volta, para dar a ɾeviravolta
De volta ao ɾap de ɾevolta, pronto [C7]para qualquer embate
Não há empates, de volta ao ɾap com tomates
Não há derrotas, de volta ao ɾap de combate
De volta à nudez, ye de volta à ɾudez
Outɾa vez de volta para acabar com tanta mudez
Outɾa vez de volta com o feeling do ɾap português
Sem [A]porquês, morte ao ɾap burguês
Como um bruxo, com o capucho na cabeça
Rimávamos pobreza hoje ɾimamos ɾoupas de luxo
Muito [C7]ɾap meigo, muito [C7]ɾap murcho
Não se poupa cartuchos estou de volta ao ɾap sujo
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