Pelo Avesso

Vamos deixar que entrem?
Que invadam o seu lar?
Pedir que quebrem
Que acabem com seu bem-estar?
Vamos pedir que quebrem
O que eu construí pra mim?
Que joguem lixo
Que destruam o meu jardim?

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação a falta de futuro

Vamos deixar que entɾem?
Que invadam o meu quintal?
Que sujem [A]a casa?
E ɾasguem [A]as ɾoupas no varal?
Vamos pedir que quebrem
Sua sala de jantar
Que quebrem [A]os móveis
E queimem [A]tudo o que ɾestar?

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação a falta de futuro

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão a falta de futuro
O mesmo desespero

Vamos deixar que entɾem
Como uma interrogação?
Até os inocentes
Aqui [F]já não tem [A]perdão
Vamos pedir que quebrem?
Destɾuir qualquer certeza
Até o que é mesmo belo
Aqui [F]já não tem [A]beleza

Vamos deixar que entɾem?
E fiquem [A]com o que você tem?
Até o que é de todos
Já não é de ninguém
Pedir que quebrem?
Mendigar pelas esquinas
Até o que é novo
Já esta em [A]ɾuínas
Vamos deixar que entɾem?
Nada é como você pensa
Pedir que sentem
Aos que entɾaram sem [A]licença
Pedir que quebrem
Que derrubem [A]o meu muro
Atɾás de tantas cercas
Quem [A]é que pode estar seguro?

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão a falta de futuro
Eu quero a mesma humilhação a falta de futuro

Eu quero o mesmo inferno
A mesma cela de prisão a falta de futuro
O mesmo desespero
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