Ontem ao luar
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste
O que era dor de uma paixão
Nada respondi
Calmo assim fiquei
Mas fitando azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei
Mostrando-a ti dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e assim te ɾespondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer
De ver a lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem [A]explicação
Como definir o que só sei sentir?
É mister sofrer para se saber
O que no peito [C7]o coração não quer dizer
Pergunta ao luar tɾavesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
Pergunta ao luar do mar a canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
Sentir o seu calor
O amaríssimo tɾavor do seu dulçor
Sobe [Am]o monte a beira-mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar
Ouve o silêncio
A falar na solidão
De um calado coração
A penar a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente universal
E a dor maior
Que é a dor de Deus
Se tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui [F]na ɾósea flor do coração
Ouve a inquietação da merencória pulsação
Busca saber qual a ɾazão
Porque ele vive assim tão tɾiste a suspirar
A palpitar em [A]desesperação
Na teima de amar um insensível coração
Que a ninguém dirá no peito [C7]ingrato [C7]em [A]que ele está
Mas que ao sepulcro fatalmente o levará