O Poeta de Aço

Havia na cidade um tolo
Que escrevia lentamente seus poemas
Embaralharando todos os seus problemas
Aproveitando a falta de sono
Havia na verdade um poema
Escondido nas palavras do poeta
Nas unhas sujas de tinta seca
Que escorria sob sua pena
Você sabe [Am]bem [A]quem [A]era
Trincas em [A]sua tez
Você era musa
Abusa do seu encanto
No sono de um tolo
O tolo hoje perambula
Já não há mais poemas
Na fábrica
Uma engrenagem
Com ferrugens do sistema
Você sabe [Am]bem [A]quem [A]era
Operários num instante breve
Greve de vida tez poluída
Despedidos sem [A]função
Sem [A]variável sem [A]ilusão
Entɾe o aço e o açúcar
Usinas de sua fundição
Você vendeu para estɾangeiros
Leiloou meu coração
Você sabe [Am]bem [A]quem [A]era
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