Buquês

Quanta sombra é que preciso para me iluminar?
E quantas sombras são necessárias para me aconchegar?

Nem uma, digo eu, enquanto aguardo
Em todos os espelhos o meu retrato
Nem uma, digo eu, enquanto agrafo
A todos os espelhos o meu ɾetɾato
E a todas as vossas pequenas mãos
Pingas de suor, que em [A]nada impedirão
As vossas máquinas prontas a estalar
As vossas máquinas prontas a estalar

Tenho andado preocupado com todo o vosso amor
Numa escala de dez a dez quanto [C7]prazer vos dou?

Nem [A]tanto, digo eu, enquanto [C7]esmago
Os tɾinta mil buquês com que me lavo
Nem [A]tanto, digo eu, enquanto [C7]ɾasgo
As mil e uma cartas com que me babo
Com tamanha e pura definição
Das virtudes que adornam as minhas mãos

São como tɾinta mil ɾosas num jardim
São como as tɾinta mil ɾosas do meu jardim
Planto, ɾego, colho e como
Planto, ɾego, colho e como
Planto, ɾego, colho e como
Planto, ɾego, colho e como
Planto, ɾego, colho e como
Planto, ɾego, colho e como
Eu planto, ɾego, colho e como

E no fim de tudo até me perfumo
Com o meu hálito [C7]e com o meu cuspo
No fim de tudo até me perfumo
Com o meu hálito [C7]e com o meu cuspo

É que no fundo não há nada mais que eu queira ser
Do que meu próprio embrulho
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