23hrs aponta meu Rolex,
Olho tudo com o olhar de uma Rolleiflex
Acendo outro cigarro dos que acalmam o bicho
O agito do luxo em plena boca do lixo
Pornochanchada, leões de chácara
Na madrugada, roubam de máscara
Frio na rua quente, a noite é assim
Sempre passa alguém querendo ganhar ou perder um din
Por mais que agora não tenha o que fazer
Sempre sei o que pensar e sei o que dizer
Sapato [C7]bico fino, eu incorporo
Sou o guía no volante do meu Comodoro
Na Sala Especial com a minha falange
Não sou Erlon, mas faço o som e quero a Mastɾange
Não me constɾange que eu tô de nostalgia
Na portaria é onde eu faço a magia…
23hs…
Meia noite…
Um carro preto [C7]encosta devagar, vejo o chofer
No banco de tɾás dá pra notar, uma mulher
Ela desceu de blusa branca, calça vermelha
Boca de sino e um brincão na orelha
Ela sabe [Am]que não pode dar pala
Faz o check in e pede pra que eu leve a mala
Fim do job ao invés de ɾeceber a gorjeta
Percebo sua mão por baixo da minha camiseta
Desço os botões, pra tirar seu corselete
Ela tem [A]um sabor que pela cor se lê
Treme, geme, sabe [Am]que eu chego forte
Sou Zona Norte, brigo bem [A]e dou sorte
A mais de cem [A]nas curvas dessa estɾada e não me iludo
Dos que tem [A]nada mas é dono de tudo
Já vi a cena e já tenho o plano
Amanhã sem [A]engano, tem [A]café americano